Cláudio Vicente (Cofundador e palestrante do Jeito COOP)
O que é mais importante em todos os tipos de relacionamento: reter ou engajar o(a) parceiro(a)? No âmbito das empresas e do relacionamento destas com seus colaboradores é consenso que reter pessoas já não é a prioridade, pois de nada adianta manter na empresa alguém que não esteja comprometido ou, utilizando o termo da moda, engajado. O que se convencionou chamar de “presenteísmo” (quando o funcionário está presente fisicamente, mas sem produzir muito) se tornou o grande problema das organizações nos dias atuais. Mas como engajar mais as pessoas?
O ponto fundamental é estabelecer um processo que inicie com a seleção, integração e treinamento, se estenda pelo estabelecimento de objetivos e metas e avaliação de desempenho, e termine com a prática constante de feedback e motivação das pessoas. E este processo é uma atribuição prioritária dos líderes. Portanto, se a organização não tem uma excelência em liderança dificilmente terá excelência nas pessoas e consequentemente no produto e atendimento. O ponto de partida para alcançar a excelência é capacitar os líderes para que se tornem gestores deste processo de engajar as pessoas.
A importância de formar um bom time
A personalidade do ser humano é formada por uma combinação de fatores genéticos e de fatores ambientais, e a personalidade de cada um determina o seu comportamento e seu potencial. Uma das ferramentas mais conhecidas para traçar perfis de comportamento é o Eneagrama, que indica 9 perfis diferentes, cada qual com pontos fortes, riscos e potenciais. Entender o perfil comportamental de cada pessoa é fator determinante para ter a pessoa certa na função certa. Além do perfil comportamental é preciso levar em consideração que cada pessoa tem um tipo de relação com o trabalho. Algumas são orientadas para tarefas e desejam apenas um trabalho simples com horário pré-definido em troca uma remuneração justa no final do mês. Outras são orientadas para carreira, ou seja, além da remuneração estão preocupadas com a possibilidade de crescimento e, portanto, são as pessoas certas para cargos de liderança. E por fim há pessoas que são orientadas para vocação e só conseguem fazer bem o seu trabalho quando se identificam com os valores da organização e do líder ao qual respondem. Conhecer a personalidade, o potencial e a orientação profissional de cada pessoa é fundamental para formar um time vencedor.
E quanto aos jovens que estão chegando ao mercado de trabalho?
As novas gerações representam um desafio ainda maior quando se fala em engajar pessoas. Exigentes e impacientes, geralmente mudam facilmente de emprego quando não encontram um ambiente propicio ao seu desenvolvimento profissional. Por outro lado, possuem energia e criatividade, fundamentais para toda organização que pretende inovar e crescer. A organização que irá se destacar é aquela que consegue combinar todas as gerações no mesmo ambiente de trabalho, obtendo de cada uma aquilo que é seu ponto forte: a fidelidade dos que têm mais de 45 anos, a dedicação dos que têm entre 30 e 45 e a energia criativa dos jovens com menos de 30 anos. Novamente a liderança tem papel fundamental para que cada geração se sinta acolhida e motivada para ser excelente no que faz.
A excelência nas pessoas e na liderança
Todos os anos conduzimos uma Missão de empresários e líderes brasileiros à Disney, na Flórida (EUA), para conhecerem o modelo de gestão desta empresa que conta hoje com quase 200.000 funcionários em todo o mundo, sendo 74.000 apenas em Orlando. A Disney se tornou referência em excelência em serviços por sua bem-sucedida estratégia de liderança e gestão de pessoas. Com um invejável índice de rotatividade de pessoal e uma fila de pessoas aguardando uma oportunidade de participar do processo seletivo, a empresa tem sido objeto de estudo no meio corporativo. Há alguns anos estudamos este modelo e chegamos à conclusão de que o seu sucesso está na atenção especial às pessoas por meio do tripé: reconhecimento, recompensa e celebração.
Cuidar das pessoas ainda é a melhor forma de se diferenciar no mercado e para isso é necessário buscar o conhecimento para liderá-las e motivá-las. O ser humano tornou-se a chave para o sucesso de qualquer empresa em qualquer ramo, pois infraestrutura e recursos financeiros já não resolvem sozinhos.
É a hora de colocar as pessoas em primeiro lugar.
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Cláudio Vicente é Cofundador e Palestrante do Jeito COOP